quinta-feira, 12 de julho de 2012

Historia dos Mtoclubes II

12/07/2012

História dos Motoclubes II


Mano,

Muito bom o texto, e vale sempre elucidar as dúvidas, e vou aproveitar seu texto para que eu mostre um pouco mais sobre Motoclubes e motos, historicamente falando..

Pena que este texto fala apenas do Motoclubismo dos Estados unidos, esquecendo o berço do motociclismo mundial que é a europa como um todo, onde míticas marcas desenvolveram clubes exclusivamente como esporte a motor, bicicletas a motor, estes clubes foram os precursores do motociclismo como esporte, e bem antes da 1º e 2º guerra já havia disputas entre os clubes de velocidade, e após a 2º guerra, desenvolveram-se os campeonatos de grandes distâncias e de travessias, e de endurance (longa duração), e de onde originou a Federação Européia de Motociclismo, posteriormente a FIM, Federação Internacional de Motociclismo, em conjunto também a FIA, com história semelhante, pela necessidade de aumentar os números de participantes, e envolver cidades e sociedade de uma forma geral.

Vale o registro histórico de marcas mundiais, e bem mais avançadas tecnologicamente frente as americanas no mesmo período, é importante conhecer o desenvolvimento do produto Bicicleta a motor, com os parâmetros europeus inicialmente, americano e posteriormente Asiáticos, em sua cronologia de desenvolvimento.

Sobre motos americanas, os EUA demorou a entrar na 1º grande guerra mundial, não por motivos de imparcialidade, mas não havia exército, não havia tecnologia industrias, homens treinados, e havia interesse de venda de produtos e alimentos p/ os europeus, e em troca, absorvia toda a estrutura industrial para suportar o fornecimento de alimentos e armas, neste comércio, vieram fábricas, e tecnologia já desenvolvidas pelos europeus que forneciam esta tecnologia para que os EUA desenvolvessem e produzissem armas, nelas as motocicletas, com o armistício de compiegne, os EUA, viu-se em maus lençóis em perder um grande mercado, e despertou para o mercado de produtos para guerras, isso em 1918 com o fim da tríplice entente. Tríplice Entente liderada pelo Império Britânico, França, Império Russo (até 1917) e Estados Unidos (a partir de 1917) que derrotou a coligação formada pelas Potências Centrais (liderada pelo Império Alemão, Império Austro-Húngaro e Império Turco-Otomano) [1], e causou o colapso de quatro impérios e mudou de forma radical o mapa geo-político da Europa e do Médio Oriente.

E as motos?

Em recebendo a industria mais desenvolvidas da Europa, os americanos tiveram seu primeiro contato com as motocicletas de variadas marcas, principalmente as Alemãs e italianas mais evoluídas e tecnologia mais avançadas, mas curiosamente as motos nos EUA, foram desenvolvidas em períodos semelhantes, a motocicleta foi inventada simultaneamente por um americano e um francês, sem se conhecerem e pesquisando em seus países de origem.

Sylvester Roper nos Estados Unidos e Louis Perreaux, do outro lado do atlântico, fabricaram um tipo de bicicleta equipada com motor a vapor em 1869.

O inventor da motocicleta com motor de combustão interna foi o alemão Gottlieb Daimler, que, ajudado por Wilhelm Maybach, em 1885, instalou um motor a gasolina de um cilindro, leve e rápido, numa bicicleta de madeira adaptada, com o objetivo de testar a praticidade do novo propulsor. A glória de ser o primeiro piloto de uma moto acionada por um motor (combustão interna) foi de Paul Daimler, um garoto de 16 anos filho de Gottlieb. O curioso nessa história é que Daimler, um dos pais do automóvel, não teve a menor intenção de fabricar veículos motorizados sobre duas rodas. O fato é que, depois dessa máquina pioneira, nunca mais ele construiu outra, dedicando-se exclusivamente ao automóvel.( http://www.viagemdemoto.com.br/historia_da_moto.htm

Voltando aos EUA, com o fim dos lucros da guerra, o EUA, entrou em profunda depressão econômica, e o poder inventivo declinou, pois não havia clientes, ceifando grandes e potenciais marcas a serem criadas pelos inventivos americanos pós 1º guerra.

O período da história dos Estados Unidos da América entre 1918 e 1945 é marcado por um período de aparente grande crescimento econômico. Porém, ao final da década de 1920, os Estados Unidos entrariam em um grande período de recessão econômica, marcado por altas taxas de desemprego, miséria e deflação que se estenderia por toda a década de 1930 e cujos efeitos negativos abalaram diversos outros países ao redor do mundo. Em 1941, com o ataque japonês a Pearl Harbor, os Estados Unidos entrariam na Segunda Guerra Mundial, marcando assim o final da Grande Depressão, pois estrategicamente demorou a entrar em guerra e apoiar os aliados, deixou que o mercado da guerra evoluísse mais e mais, até que toda a Europa necessitasse novamente de produtos de guerra, tirando de vez os EUA da recessão. A guerra terminaria em 1945, e com seu fim, os Estados Unidos tornariam-se uma das duas grandes superpotências mundiais, sendo a outra a União Soviética.

E as motos?

A primeira fábrica de motocicletas surgiu em 1894, na Alemanha, e se chamava Hildebrandt & Wolfmüller. No ano seguinte construíram a fábrica Stern e em 1896 apareceram a Bougery, na França, e a Excelsior, na Inglaterra. No início do século XX já existiam cerca de 43 fábricas espalhadas pela Europa. Muitas indústrias pequenas surgiram desde então e, já em 1910, existiam 394 empresas do ramo no mundo, 208 delas na Inglaterra. 

Os clubes de motos surgiram com a necessidade das fábricas mostrarem qual moto seria melhor que a da outra marca, e as competições entre os clubes se acirarram, dando origem aos times de fábricas, e com o apoio total delas, times como as BMW, HOREX, NSU, e outras, fazem a história do inicio das competições sobre motos, derivadas dos clubes. 

As café-racer eram nada mais que motos de fábricas utilizadas pelos jovens para ir e vir entre os cafés, comuns na europa, em menor tempo, surgia ai as CaféRacers, estilo ainda hoje cultuadas pelos jovens, e eternizadas pelas competições. 

Ao contrário dos EUA, os motociclistas europeus eram vistos como desportistas, e praticantes do esporte a motor, portanto, é notável que ainda hoje, é assim, onde os maiores pilotos advêm destes paises, apaixonados pela velocidade e bem arraigado em sua cultura. 

Após a guerra, e contrário aos EUA, os jovens abalados emocionalmente e psicologicamente, e vendo suas cidades destruídas, elaboravam campeonatos entre clubes, cidades, regiões, e hoje tradicionalmente, as Isle Off de Man entre outras, continuam a serem feitas, envolvendo todos habitantes de uma ilha, em prol do motociclismo como esporte, rebeldia e liberdade, ao retorno da guerra, era comum ver comunidades de motociclistas irem de uma cidade a outra em grandes grupos visitar seus companheiros e famílias do após guerra, ajudando na reconstrução de suas casas, praças, e ruas. A rebeldia era permitida, e não marginalizada.

Infelizmente a maioria das fábricas européias, fechou por não resistir à concorrência. 

Nos Estados Unidos as primeiras fábricas - Columbia, Orient e Minneapolis - surgiram em 1900, chegando a 20 empresas em 1910.

Tamanha era a concorrência que fabricantes do mundo inteiro começaram a introduzir inovações e aperfeiçoamentos, cada um deles tentando ser mais original. Estavam disponíveis motores de um a cinco cilindros, de dois a quatro tempos. As suspensões foram aperfeiçoadas para oferecer maior conforto e segurança. A fábrica alemã NSU já oferecia, em 1914, a suspensão traseira do tipo monochoque (usado até hoje). A Minneapollis inventou um sistema de suspensão dianteira que se generalizou na década de 50 e continua sendo usada, hoje mais aperfeiçoada(stilingue). Mas a moto mais confortável existente em 1914 e durante toda a década era a Indian de 998cm3 que possuía braços oscilantes na suspensão traseira e partida elétrica, um requinte que só foi adotado pelas outras marcas recentemente. 

Em 1923 a motocicleta inglesa Douglas já utilizava os freios a disco em provas de velocidade. Porém, foi nos motores que se observou a maior evolução, a tecnologia alcançando níveis jamais imaginados. 

Apenas como comparação, seriam necessários mais de 260 motores iguais ao da primeira motocicleta para se obter uma potência equivalente a uma moto moderna de mil cilindradas. 

Após a Segunda Grande Guerra, observou-se a invasão progressiva das máquinas japonesas no mercado mundial. Fabricando motos com alta tecnologia, design moderno, motor potente e leve, confortáveis e baratas, o Japão causou o fechamento de fábricas no mundo inteiro. Nos EUA só restou a tradicional Harley-Davidson. Mas hoje o mercado está equilibrado e com espaço para todo mundo.

O Japão só produziu motos, por licença dos paises do eixo e vencedores da 2º guerra mundial, como uma forma de dar empregos p/ suas populações. As fábricas de aviões, trens, navios, não podiam produzir por longos 20 anos e carros por 10 anos, restando a eles, copiar motos americanas e européias, pois todos os engenheiros japoneses foram enviados aos EUA unidos e integrar as áreas de engenharias e metalurgias, assim como todos os físicos e cientistas alemães as agencias de desenvolvimentos de armas americanas.

Bom, assim os anos passam, e hoje o Japão dá ao mercado mundial, sua contribuição, ainda copia, mas o faz com maior capacidade de produção, e tecnologia. A china, maior produção e menor preço.

Hoje, podemos dizer que o estilo de moto europeu são as café-racer, ligadas a velocidades e competição entre clubes de velocidades, única forma de união de toda uma geração do pós guerra europeu. Já o americano, podemos dizer ser as Bobber, e custom, Bobber por serem construídas em uma época de poucas peças, pois a industria americana só produzia p/ a guerra, então, era comum ver estilo BOBBER, somente peças originais, e totalmente depenadas de excessos (retrovisor, para lamas, garupa etc.), rat rods e outros, já as custom eram mais elaboradas e era comum ver Harleys com pneus de carros, garfos alongados dando o estilo choppers, e long Rider, para longas viagens, pois no período de recessão, o governo dos EUA fez longas estradas para unir e dar empregos as mais variadas regiões do pais, e assim eternizar histórias e melodramas que só eles conseguem produzir, eternizando um estilo e forma de ver o motociclismo mundial.

Mas, não esqueçam, no berço do motociclismo, o sentimento de união e apoio entre si, e a liberdade de escolha de ir e vir, é o maior valor que o motociclismo nos permite viver.

Espero ter ajudado.

Ailton Cezar

Recife Pernambuco

ailton_cezar@hotmail.com


Fonte Revista Motoclubes

TRILHADOS M.C

Marcellus Luiz


Comentários
0 Comentários

Nenhum comentário:

Postar um comentário