A crise é geral e chegou na Harley

05/05/2010 Noticias da HD

Situação da HD mundial acirra disputa pelo mercado brasileiro. Depois de um péssimo trimestre a Harley-Davidson Motor Co. anuncia a possibilidade de fechamento em duas de suas fábricas em Wisconsin e Tomahawk, EUA. Ambas possuem 1.700 funcionários, a HD anunciou as prováveis medidas para cortar milhões em custos. Segundo a porta voz, Harley Bob Klein, esses avisos vieram depois HD anunciou que encontrou enorme lacunas de custo, totalizando US$ 54 milhões em Operações de Milwaukee. "Conversaremos com os sindicatos sobre como fechar essas lacunas competitivas", disse Klein à Associated Press. O prefeito de Milwaukee, Tom Barrett, se encontrou com os executivos da Harley e informou que a empresa pretende trabalhar as questões internamente. Barrett disse aos repórteres que não irá excluir os incentivos fiscais ou outras formas de assistência. Esta notícia chega na consolidação de operações de produção na fábrica Menomonee Falls em Wisconsin, essa medida levará ao encerramento da fábrica da empresa em Wauwatosa. Em York Harley, Pa., (montagem terceirizada), em dezembro, o sindicato concordou em um contrato de sete anos, que irá encerrar uma das duas fábricas e demitir metade dos empregados sindicalizados, ou cerca de 1.000 dos 1.950 trabalhadores. Várias operações nas instalações de York serão encerradas na Harley. Muito desta reestruturação vem do novo CEO da Harley, Keith Wandell. Desde a chegada de Wandell em maio de 2009, a empresa de motocicletas está reduzindo, com a esperança de fazer crescer a marca. Parte do plano Wandell inclui o fechamento de duas fábricas e um centro de distribuição, e os planos para cortar aproximadamente 25% da força de trabalho (cerca de 2.700 trabalhadores e 840 cargos administrativos). Além disso, durante seus primeiros seis meses, Wandell eliminou a Buell Motorcycle Co., a East Troy, que ganhou o título 2009 AMA Daytona sportbike, e prossegue em sua tentativa de vender a marca premium, a empresa italiana MV Agusta. Foi noticiado na semana passada que os lucros do primeiro trimestre da Harley caíram 72% comparado com o mesmo período do ano passado. No Brasil: Num primeiro momento, o Grupo IZZO ex-detentor da marca no Brasil, usou de uma série de manobras jurídicas para não perder a marca no Brasil. Tentou inclusive sensibilizar aos clientes com uma carta aberta. Segue trechos da nota: "Depois que o mercado foi criado, milhares de motos foram vendidas, milhões de brasileiros impactados pelas estratégias locais da marca, depois de muito dinheiro investido, de quase vinte anos de trabalho árduo e de superação constante, o momento de discutir a transição da operação e a entrada direta da H-D chegou. Em comum acordo, o grupo Izzo e a gestão global da marca iniciaram negociações para abreviar o contrato entre eles, que tem vencimento previsto para 2015. Não se podia imaginar outro caminho que não levasse em conta o sentido de comunidade construído nesses dezenove anos e os compromissos assumidos entre H-D, grupo Izzo, que fizeram do Brasil o mercado de maior crescimento para a marca no mundo. As negociações, contudo, acabaram tomando um rumo que não se poderia prever. Enquanto se buscava uma solução que reconhecesse os acordos existentes e as contribuições de todos para o sucesso da marca no país, a gestão global da marca optou unilateralmente por uma ação judicial que funcionasse como um atalho para a rescisão do contrato. A Justiça não deu apoio para o rompimento do contrato. Após conceder uma decisão liminar que antecipava a interrupção, a mesma instância judicial mudou seu entendimento, ao ter contato com informações mais precisas, e cassou a referida decisão. As responsabilidades do grupo Izzo pelo desenvolvimento da marca e o relacionamento com os mais de 20 mil proprietários de H-D no Brasil continuam em vigor. Em nosso contato diário e pessoal com a comunidade de amantes de motos no Brasil, temos sofrido algumas frustrações nos últimos meses. O controle sobre o fornecimento de peças para os serviços de manutenção está fora do alcance do Grupo Izzo. Por compromisso com os consumidores, estabelecido em contrato, todas as peças que usamos são fornecidas exclusivamente pelo fabricante das motos. Nem sempre, porém, as peças têm estado disponíveis no momento ideal e desejado, causando um desconforto que não condiz com o tipo de relacionamento que sempre tivemos com nossos clientes. Uma falta de recursos que não combina com a grandeza desta marca. A história que contamos nesta carta é pública." A HARLEY-DAVIDSON, em resposta a nossa reportagem, disse: "Tomamos conhecimento que nosso revendedor exclusivo no Brasil está violando o contrato com a Harley-Davidson, tirando o foco da experiência de consumo, afetando diretamente nossos consumidores e marca. As violações de contrato, problemas de desempenho e falta de foco na marca Harley-Davidson levaram a níveis crescentes de insatisfação dos consumidores no Brasil, e eles têm sido extremamente vocais sobre suas experiências". Situação atual De acordo com o último despacho do juiz, em 30 de Abril de 2010, o contrato entre HDSP e Harley-Davidson está definitivamente cancelado. O magistrado finaliza: "Após produção de provas e o desenvolvimento do regular contraditório, a questão não poderá ser reapreciada, inclusive na sentença". Em seu comunicado a Harley-Davidson diz que "Devido à atual decisão judicial, a HSDP / Grupo Izzo tem a obrigação de prestar todos os serviços necessários para os clientes, incluindo serviços de garantia". O Grupo Izzo afirma que diante de tal decisão, não manterá nenhuma de suas lojas abertas, anunciando o fechamento total para o dia 08/05/2010, disse ainda que "as responsabilidades pelo desenvolvimento da marca e o relacionamento com os mais de 20 mil proprietários de Harley-Davidson no Brasil será prestado por quem vir a assumir o novo contrato". Proprietários da moto que estão com dificuldades em receber os documentos estão muito apreensivos, pois depois do fechamento das lojas, não sabem a quem recorrer, bem como proprietários que tem suas motos nas oficinas ou aguardam a chegada de peças. Central de Mídia Independente Transcrito da Revista Motoclubes Marcellus Luiz Trilhados MC