domingo, 1 de fevereiro de 2009

[Relato] HD Sportster 883 - Test-drive de 2000 km

Ae Kamerads: 

Eu comprei a minha amada, idolatrada, salve, salve sportster 883 Custom em julho passado e somente tive a oportunidade de viajar, em setembro, para Pitanga. foi um passeio curto, só prá acostumar com a motoca. 

Neste mês de janeiro, aproveitado que a D. Russa também estava de férias, saímos, sem pressa rumo ao sul de Minas Gerais. Vou dividir esse relato em três partes, a moto, o percurso e as minhas impressões sobre a máquina. Tirei poucas fotos com o celular, pois estava sem uma máquina fotográfica decente. 


A moto: 
Quando comprei a moto, ela já veio equipada com suspensões traseiras PS, escapes esportivos e Sissy-bar escamoteável. Comprei apenas um par de alforjes novo e uma bolha grande, estilo Chips. 

Retirei o encosto do sissy-bar o no seu lugar, coloquei o baúleto com encosto, instalei os alforjes, o banco origina, uma antena corta-pipasl e a bolha grande (no dia a dia uso uma mini-bolha e um banco esportivo). Depois instalei um par de almofadas GelSeat, modelo novo, para que pudesse também testá-los. 

A 883 na configuração dia-a-dia: 
 

A 883 com o banco original mais as almofadas GelSeat novas: 
 

A 883 vestida para viagem (foto tirada em Cambuquira-MG) 
 

O percurso: 

Como não tinhamos pressa, optamos por sair sempre um pouco mais tarde, entre 8 e 10 h da manhã, o que se revelou uma boa estratégia, pois nesse horário a maioria dos caminhões já ia longe e o tráfego nas rodovias era geralmente bem mais tranquilo. 

Partimos de Curitiba na segunda, 12/01/09, às 9 h, tocamos até Registro/SP e um pouco adiante pegamos a Serra de Juquiá. Nesse trecho, tentei acompanhar um casal que estava numa VStrom, mas o cara era mais bração que eu, eheheh... passei-o e fui embora, seguindo para Sorocaba, depois Itú e finalmente, Atibaia, lá pelas 16 h. A minha idéia era tocar direto até Pouso Alegre, mas a D.Russa começou a reclamar do cansaço de modo que arranjamos um hotel, tomamos banho, passeamos um pouco pela cidade, jantamos, fizemos séquiço e fomos dormir, eheheh... 

Na terça, reabasteci a moto saímos lá pelas 9 h, pegamos a Fernão Dias e tocamos direto por Pouso Alegre (o Jota tem razão...ô cidadezinha desinteressante, eheheh) e almoçamos e Santa Rita do Sapucai. Depois, tocamos para Pedralva e daí até São Lourenço. Acomodamos nossas coisas no Hotel Termo-não sei-o-que (meia boca, mas barato - R$ 65,00 a diária por casal, com café da manhã), e fomos direto para o Parque das Águas, "lavar a poeira da estrada". Um bom banho de imersão em águas quentes sulforosas, que tirando o cheiro de peido desse tipo de água, nos fez muito bem... só achei caro (R$ 20,00 por pessoa. Nas Termas de SC, Gravaltal e Pirinópolis, um banho desses custa entre R$ 3,00 e R$ 5,00). 

No dia seguinte, deixamos o grosso das tralhas no hotel e fomos conhecer Caxambú, onde passamos o dia. Antes de sair a D.Russa reclamou um monte do capacete que estava usando, um M5. Por sorte, havia uma loja de motos quase em frente ao hotel e compramos um capacete novo por lá. O capacete velho foi doado ao primeiro moto boy que cruzou o nosso caminho. 

Caxambú é um pouco menor que São Lourenço, e menos "organizada", mas é uma localidade bonita. Deixamos a moto na praça, aos cuidados de um flanelinha, que inclusive tratou com uma senhora de uma das lojinhas para guardar as jaquetas e capacetes, contratamos uma charrete e fomos conhecer a cidade e adjacências. 

 

 

Retornamos a São Lourenço no final da darde, mais um banho de imersão, mais um pouco de séquiço, jantamos e fomos dormir. No dia seguinte, saímos um pouco mais cedo e fomos para São Tomé das Letras. Até a chegada na cidade, tudo bem. Mas quando entramos na cidade, começou a bateção. As ruas são calçadas com enormes placas de pedra irregulares, com desníveis de até 10 cm. Resolvi deixar a moto na praça e os equipamentos numa loja e contratar um jipeiro para conhecer as cachoeiras das redondezas. Confesso que quase me arrependi de gastar R$ 70,00 nesse passeio, pois a estrada não era tão ruim assim, apenas um pouco pior que a estradinha da Tapera, e, desculpem-me os mineiros, mas para quem está acostumado com Corupá e Prudentópolis, as Cacheiras de São Tomé não chamam muito a atenção. 

 

Porém, na volta do passeio, desabou um aguaceiro sem tamanho. Santa Reduzida Batman! adrenalina pura, eheheh... retornamos à praça, emlameados, colocamos as roupas de chuva e tocamos 130 km abaixo de toró até São Lourenço... onde caímos na velha rotina: banho quente de imersão, jantar e séquiço, eheheh... 

Aproveitamos a quinta e a sexta-feira para conhecer São Lourenço e redondezas, à bordo de outra possante charrete. Eu ainda queria mais séquiço mas a D.Russa me mandou à merda, eheheh... 

 

 

 

Aliás, digno de nota foi um encontro inesperado com um colega madiano do ES que estava fazengo um "bico de férias" no Estado vizinho: 

 

No sábado cedinho, lá pelas 10 h, partimos de São Lourenço, com destino a São Bento do Sapucaí, onde almoçamos num restaurante no alto de um morro (caro prá cacete), mas com uma vista esplêndida: 

 

Depois do almoço, tocamos para Campos do Jordão e esse foi o pedaço mais penoso da viagem, pois além da chuva, pegamos o "caminho mais curto". Uma serrinha prá lá de travada, lisa, úmida, havia até limo na pista em certos trechos, com muita sujeira (barro, folhas, galhos). Levamos quase 1 hora e meia nesse trajeto. Depois, foi a rotina de sempre (banho quente, jantar, passeio e nada de séquço, eheheh). 

Na segunda feira, 9 hs, iniciamos o regreço. Tocamos até Taubaté, onde pegamos a Carvalho Pinto, depois já em São Paulo, pegamos a Marginal Tiete, depois a Marginal Pinheiros, daí a Régis Bittencourt e chegamos em casa antes das 19 h. 

 


O comportamento da motoka: 

A 883 me surpreendeu, positivamente, em vários aspectos. Somados aos 265 kg da moto, havia o combustível (17 L), as bagagens (dois alforjes e um baú lotados), o peso do gel seat (us 6 kg), o meu peso, que não conta muito e o da D.Russa, que compensa o meu, eheheh... resultado, tudo devia passar dos 450 kg fácil. E a motoka nem "tchum", respondia ao acelerador como se estivesse vazia. 

A velocidade de cruzeiro ficou entre 100 e 120 km/h nas estradas de mão dupla e entre 120 e 140 nas estradas de pista dupla, com direito a picos de quase 160 km/h nos retões (141 reais, pelo GPS). A moto tinha gás para ir além mas o meu CG (coeficiente de cagaço) não permitiu. O detalhe é que com a bolha grande a moto atingia legal os 140, sem balançar ou tremer, comigo sentadão, ereto, eheheh... outra coisa digna de nota é o torque: nada de perder embalo ou ter que reduzir marchas nas subidas. 

A suspensão traseira PS mostrou a que veio. Foram raras as vezes que deu "fim-de-curso", no entanto pareceu-me mais dura que a da Savage, com a qual eu tinha feito, no ano passado, uma viagem de 1650 km com a D.Russa. 

Quanto à ciclística, a moto é muito estável nas retas, mesmo em piso ruim e eu não senti nenhuma dificuldade nas curvas. Ela é um pouco mais pesada e prá colocá-la nas curvas mais fechadas tinha que usar o contra-esterço, puxar a moto com o joelho e forçar um pouco com o pé a pedaleira oposta. Mas uma vez no traçado da curva beleza, a moto não apresentava nenhuma tendência, permanecendo neutra (a Savage tinha a tendência de abrir a frente nas curvas). 

Quanto ao consumo: no passeio à Pitanga, sozinho, a moto tinha feito 26 km/L. Nesse passeio agora, garupada e carregada, a motoka surpreendeu de novo. Foram consumidos exatos 90 litros de gasolina e percorridos exatos 2.053 km, resultando numa média de 22,8 km/L. 

A vibração do V2 não chegou a incomodar. É uma vibração com menor frequência e maior amplitude que a vibração das Big Single, como a Savage e a XT 600. Só achei a embreagem muito dura, principalmente nas serrinhas, pois fora disso é colocar quinta marcha e esquecer da vida. 

A posição das pedaleiras, que na 883C é mais avançada que nas outras 883 é bem cômoda, tanto para o piloto quanto para a garupa. 

Em relação aos novos modelos de almofada GelSeat, eles foram aprovados. A grande vantagem que eu percebi não foi durante o tempo que estive sobre a moto, pois não tem jeito, chega uma hora que a bunda não aguenta, não há posição que resolva. O efeito da almofada de gel era nitidamente percebido nos momentos em que eu descia da moto. Em poucos segundos a dor e o desconforto passavam, não ficava aquela sensação de formigamento. 

Uma única coisa que eu estranhei na motoka: não vazou nem uma gota de óleo nem baixou um mililitro sequer o nível do óleo. Também não perdi (que tenha visto) nenhum parafuso pelo caminho. 
Será que a motoka está com algum defeito? eheheheh... 

 

Fonte: http://www.debatemotos.com/phpBB2/viewtopic.php?t=8835

Jerfferson Ferrugem
pherrugem@gmail.com

 

Comentários
4 Comentários

4 comentários:

  1. O Russo é um dos mais antigos e assíduos participantes do fórum M@D.

    Ri demais lendo o relato dele. Muito bom.

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  2. Fotos com celular: Isso explica a má qualidade das fotos.

    O bauleto instalado deixou a máquina feita. Cortou e muito o estilo dela.

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  3. Também não gosto de bauleto em moto custom.

    E esse celular do Russo é uma miséria. Aff... hahahahahah

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