A saída de Mossoró se deu com pontualidade. Pouco após as 8 da manhã um número exato de doze, motos conduzindo treze pessoas, deixaram as instalações do Posto Olinda 3 com destino a Serra de Martins. A distância percorrida total, somando-se a ida e a volta, seria de cerca de 285 km.
A viagem de ida se deu na mais perfeita tranqüilidade. Durante esta, como já é de costume quando se roda por aquelas bandas, demos uma breve parada na cidade de Caraúbas, a pouco mais de 70 km de Mossoró, para um bate papo e um lanche rápido. A parada seguinte já seria em cima da Serra, no Restaurante A Toca da Marica, na entrada da cidade de Martins, para encomendarmos o nosso almoço.
Saindo de Marica depois de feita a encomenda do banquete de comidas regionais (carne de sol, panelada, arroz na graxa, etc.), tendo este ficado marcado para as 13 horas, nos dirigimos ao Hotel Serrano. A turma toda permaneceu na área de lazer do referido estabelecimento até pouco antes das 13 horas.
O almoço em Marica estava, como sempre o é, uma delícia! Todos, ao que se pode ver, apreciaram tudo o que ali foi servido. Findado o almoço, quando já era perto das 14 horas, Ciro e Éder foram para o Hotel Serrano na intenção de descansarem um pouco antes do retorno a Mossoró. A soneca se deu em um dos apartamentos daquele estabelecimento hoteleiro, apartamento esse deixado a nossa total disposição durante o tempo de nossa rápida estada (cortesia de Ciro Sabino). Todos os demais se dirigiram para um dos mirantes da cidade, para aproveitarem os últimos instantes desfrutando de belas paisagens. No mirante, alguns tiraram cochilos e sonecas sobre a grama.
Tal qual havia sido combinado desde o planejamento inicial da viagem, o retorno a Mossoró teve início pouco após as 16 horas, um horário um tanto arriscado e quase que impraticável quando se deseja chegar em casa protegido pela luz do dia. Luiz Lima saiu um pouco antes, pois o trabalho o esperava com hora marcada na cidade de Mossoró.
Em nosso retorno repetimos a parada em Caraúbas quando os relógios marcavam mais de 17 horas. O retorno foi bem lento para a maioria dos pilotos, quando os mesmos pilotavam as suas motocicletas a velocidades inferiores a 90 km/h. Fidel foi um dos que vieram a passos de tartaruga, em uma pilotagem bem lenta e bastante cautelosa, junto a Delzon e a Eduardo. Na parada de Caraúbas os amigos Marcelo Bochecha e Gustado Cabrito saíram alguns minutos antes do grande grupo.
Quando os pilotos deixaram a cidade de Caraúbas Ciro e Éder aceleraram um pouco mais do que os demais, mantendo uma velocidade média de 110 km/h. Os que vinham logo atrás dos dois apressados mantiveram velocidades em torno dos 80 km/h devido a situação da visibilidade, já com bem pouca luz do dia a favor dos motociclistas.
O grupo das nove motos restantes uniu-se novamente na cidade de Governador Dix-Sept Rosado, a cerca de 32 km de Mossoró. De lá se rumou para a nossa cidade da mesma forma, com Ciro e Éder abrindo caminho e os demais logo atrás, rodando em velocidades menores e mais seguras.
Chegando na cidade de Mossoró Éder parou para esperar os demais em frente ao Posto Fiscal pouco antes do contorno. Ciro, que vinha a frente de todos, parou no contorno e por lá ficou a esperar, sem saber que Éder havia parado no Posto Fiscal alguns metros atrás.
Chega então ao Posto Fiscal desativado o Trilhado Licenciado Hacson Foca, que deu uma breve parada para se despedir dos que estavam lá, pois teria que ir para casa naquele exato momento, e não podia esperar. Passando pelo contorno Hacson avisa a Ciro que a turma estava parada no Posto Fiscal, alguns metros atrás. Nesse momento se encontravam parados no Posto Fiscal Marcellus, Éder e Fagner (amigo de Marcellus).
Poucos minutos após a chegada de Ciro, quando a espera já durava mais tempo do que o corriqueiro – dada a curta distância entre aquele ponto e o nosso último “aglomeramento”, para junto a nós uma caminhonete tipo Hilux de cor prata. Um dos ocupantes chama os motociclistas presentes e diz: “Um amigo de vocês acidentou-se lá atrás. Ele bateu em uma vaca! Ele tá bem, tá consciente, mas parece que quebrou o braço ou o ombro.”
Recebida a notícia, uma decisão rápida foi tomada: O grupo dos quatro que naquele momento esperava no Posto Fiscal seria dividido em dois. Fagner e Éder ficaram no Posto Fiscal, enquanto Ciro e Marcellus se dirigira ao local apontado como ponto do acidente. Na ida, Ciro e Marcellus cruzam com a ambulância. Marcellus continuou seguindo, em busca das motos e de Eduardo, que ficou no ponto do impacto. Ciro voltou acompanhando a ambulância. Quando eles passaram pelo Posto Fiscal, fomos todos para o Hospital para onde Fidel estava sendo levado.
Dentre a grande quantidade de bodes, cachorros, jumentos, raposas e outros animais com e sem chifre, definitivamente duas vacas se destacaram. Quando esse que aqui vos escreve passou em um dos muitos altos da pista em questão se deparou com um par de bovinos que traziam riscos. Um estava a caminhar lenta e calmamente no acostamento do outro lado da pista, o outro estava meio desesperado, meio louco, sem saber para onde ir, provavelmente assustado com algo. Foi nesse que, suspeitamos, Fidel bateu.
Fidel não lembra ao certo como se deu o acidente. Muito provavelmente ele decolou da moto após bater na vaca. Os machucados sofridos se deram, dessa forma, no choque com o chão. Quando Eduardo e Delzon perceberam ele já estava na pista, deitado no meio da faixa de rodagem. Enquanto os dois socorriam o acidentado puderam ouvir o som do chocalho do animal já fora da estrada, mas não o viram.
Fidel foi cuidadosamente retirado da pista. Por sorte, uma autoridade da cidade mais próxima (Governador Dix-Sept Rosado) vinha a bordo de um carro logo atrás da turma. Ao presenciar a situação essa pessoa solicitou uma ambulância para que o amigo Fidel fosse socorrido e trazido para Mossoró da forma mais adequada possível. Delzon veio acompanhando Fidel no interior da ambulância.
Graças a Deus e muito provavelmente ao poder político da pessoa que fez a solicitação não tardou para que a ambulância solicitada chegasse ao local e trouxesse Fidel para a nossa cidade, para ser atendido no Hospital Regional Tarcísio Maia.
Fidel foi atendido e os traumas diagnosticados: Fratura exposta sem perfuração de partes moles no antebraço esquerdo e fissura no osso da ponta do dedão da mão direita. Fidel teve também um pequeno inchaço em volta do olho esquerdo e sentiu umas poças dores em uma das pernas. No mais, tudo em ordem.
Após o atendimento de urgência, realizado no HRTM, Fidel foi levado para o Hospital Wilson Rosado. Ele foi internado para medicações que evitariam as dores enquanto aguardava a cirurgia para colocação de pinos e platinas no antebraço danificado, cirurgia essa que foi realizada na terça-feira. No dia seguinte à cirurgia Fidel recebeu a sua alta, deixando o Hospital por volta das 17:30.
O ocorrido deverá fazer com que todos nós tomemos mais cuidados principalmente em se falando de pilotagens noturnas. O grupo inteiro facilitou permitindo a saída de Martins com hora acima do adequado.
Se fosse dia esse acidente, que poderia muito bem ter trazido conseqüências bem mais graves, provavelmente não teria acontecido. Todos sabem que se tratou de uma fatalidade, de um lance do destino, mas venhamos e convenhamos: O grupo todo facilitou, pois os presentes sabiam do real risco da presença de animais naquelas pistas.
Fica então, para o bem e a segurança de todos, temporariamente proibida a realização de Viagens Oficiais do Trilhados M. C. no período da noite. Essa proibição irá ficar em vigor até a realização da próxima Reunião Administrativa, onde o tema será posto em discussão e votação, e será tomada a melhor decisão para todos.
No mais, agradecemos ao Pai Celestial por Fidel não ter sofrido danos maiores. Agradecemos também por sua rápida recuperação.
Sem mais para o momento.
Fiquem com Deus!
Éder Negreiros – Esspiao (esspiao@hotmail.com)
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Trilhados M. C. – Mossoró/RN
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