Dois dias intensos, um pulo a Paraty
650cc da Kawasaki para a estrada. A pista de teste foi a rodovia Rio-Santos. Nos dias 14 e 15 de janeiro, a dupla percorreu a bela estrada do litoral norte paulista com destino à Paraty. Sob sol e (muita) chuva, nossos colaboradores descrevem o passeio dentro e fora da estrada.
Para testar mais a fundo a Versys, o casal André Lieutaud e Maria Verbena levaram o novo modelo deSuba na garupa da nova Versys e acompanhe o casal aventureiro por esses dois dias de viagem no relato de Verbena.
"Motonline estava testando a Versys, o novo modelo de 650 cc da Kawasaki, e nos ofereceu: que acham de testar e moto na estrada? Convite feito, aceitação imediata. O mau tempo da região sudeste requer precaução, mas não é suficiente para inibir o coração que se alimenta de aventuras.
O roteiro uniria o útil ao agradável: apresentar a um casal de amigos a costa norte de São Paulo e um pouco de Angra, no Rio de Janeiro, enquanto avaliávamos a Versys. O casal foi de carro acompanhando a moto, ora pilotada por André, ora por mim.
A idéia inicial era descer a estrada de Cunha até Parati, que nos ofereceria um contato mais íntimo com a Serra do Mar ao longo dos 7 Km de terra que compõem o trecho de serra da estrada. Mas as chuvas seqüenciais nos levaram a optar por um caminho mais seguro: descer a serra pela Tamoios, com suas pistas amplas e asfaltadas, a opção mais segura de chegar ao litoral norte.
A chuva, intensa até chegar ao litoral, desapareceu na chegada à Caraguatatuba e a primeira parada foi para uma moqueca deliciosa no restaurante beira-mar na orla da praia. Felizes com a ausência da chuva, companheira dos paulistanos nestes últimos dias, seguimos pela Rio-Santos até Parati. Foi a vez do amigo Darcet colocar equipamentos e relembrar seus tempos de juventude pilotando a Versys. O sorriso estampado no rosto espelhava o espírito leve, aquele que a moto, como por milagre, faz surgir e aflorar. Asfalto secando, condução cautelosa de quem respeita a vida e o equipamento, e lá vai o rapaz, curva após curva, até chegarmos a Parati.
Escolhemos repousar em uma pousada próxima à cidade histórica, para evitar deslocamentos à noite com moto ou carro. Afinal, depois de um dia de pilotagem, melhor deixar a moto repousando e andar tranquilamente, sem se preocupar com estacionamentos e poder tomar uma caipirinha.
A cidade estava cheia de vida! Uma exposição de máscaras de carnaval, na Casa da Cultura, próxima ao Largo do Rosário, inspirava a vida artística da cidade; uma banda carnavalesca, no melhor estilo do carnaval de Olinda, tocava marchinhas carnavalescas na rua. Um pátio central anunciava uma atração musical. Muitas pessoas circulando pelas lojinhas de artesanato. As cachaçarias exibindo as diversas opções do destilado, desde a Maria Izabel, a cachaça local eleita entre as 10 melhores do país, até aquelas engarrafadas em embalagens exóticas, nem tão premiadas assim. A novidade ficou por conta de um licor de cachaça, uma opção para quem curte o sabor em versão mais light.
Após as compras, um sorvete italiano saboroso e a volta para o hotel, já que o dia seguinte prometia mais passeios e diversão. A única coisa que precisaríamos era uma ajuda de São Pedro.
E ela veio. Abrir a janela foi quase instintivo ao acordarmos. O céu estava azul! Estava nublado, mas as nuvens eram claras, altas! Nosso passeio estava sendo abençoado pelo santo protetor dos motociclistas! E dessa vez, era eu a felizarda a pilotar nosso brinquedo! Passamos na cidade histórica ainda para algumas fotos à luz do dia e seguimos até a vila de Mambucaba, há 40 quilômetros de Parati.
Mambucaba é uma vila de funcionários da usina nuclear Angra, com uma linda praia para banho nas águas transparentes de Angra dos Reis. A praia é pública e qualquer pessoa pode acessar o local para um banho de mar. Depois, fizemos uma visita à usina nuclear, que recebe turistas no Centro de informações de Itaorna.
A beleza da orla é única no planeta, já que não existe outro lugar com a combinação de floresta tropical em serra caindo diretamente no mar. Não é à toa que nossa pousada estava repleta de estrangeiros: dois rapazes falando em espanhol, um casal pedindo as chaves do 'twenty two', outros alemães com taças de caipirinha na varanda do quarto.
Pilotar na Rio-Santos é um capítulo à parte. As curvas sinuosas propiciam um enorme prazer. A moto é ágil, leve, atinge rapidamente velocidades elevadas, entra em curvas com conforto e firmeza. Apenas o vento incomoda um pouco, talvez pelo arrasto da filmadora presa ao capacete, mas nada que tire o prazer da pilotagem.
Na entrada da vila de Parati, uma surpresa: um guarda da polícia rodoviária não gostou de ver a filmadora e me aborda para questionar a razão da filmagem. 'A senhora sabe que é proibido filmar postos da polícia rodoviária?', perguntou. 'Não, seu guarda. Me perdoe, mas nem queria filmar seu posto'. Documentação apresentada, nenhuma reclamação e fomos liberados para seguir nosso passeio.
No banho de mar com os amigos da Vila, ficamos por mais de uma hora dentro do mar, sob um sol agradável. Parecia fraco, mas estava quente, muito quente. Decidimos almoçar em Tarituba, uma vila de pescadores, a 20 Km de Parati, já no caminho de volta para São Paulo. A visita à usina ficou para outra oportunidade.
Foi aguardando o “Peixe Maluco”, o prato típico do restaurante da Vila, que descobrimos na prática duas verdades: o sol entre as nuvens engana; e os protetores solares precisam ser reaplicados periodicamente. Estávamos todos esturricados! A região sudeste alagada e nós ali, com problemas de queimaduras solares!
Mas a chuva não se fez de rogada e voltou. Quem pilotaria a nossa brava Versys? Nosso amigo Darcet candidatou-se e deu azar: pegou a chuva mais forte do passeio até Ubatuba. A bota provou que era impermeável. A água escorreu pela calça e não saiu nunca mais de dentro de suas botas! Subimos a serra por Taubaté, para apresentar aos amigos uma outra opção de travessia pela Serra do Mar. André, mais experiente, foi pilotando a moto neste trecho mais severo. A chuva estava fina a essa altura. A serra exuberante, cheia de manacás em flor e xaxins. Mas confesso, a tensão de subir com asfalto molhado não permitia a contemplação “comme Il faut” da flora da mata.
Seguindo o tradicional retorno para São Paulo, pegamos a rodovia dos Trabalhadores. Tranqüila, sem percalços e com as paradas excessivas para pagamento de pedágios. Incômodo principalmente para nós, motociclistas, já que precisamos retirar as luvas, abrir roupas e mais roupas para finalmente encontrar as moedas necessárias para o pagamento.
Dois dias percorrendo um total de 800 quilômetros, dos quais metade sob chuva. Tudo que poderia qualificar um passeio de motocicleta como algo muito ruim aos olhos dos desatentos. Para nós, foi um passeio rápido, que nos levou ao sol, aos amigos, ao prazer das curvas da Rio-Santos e à vida pulsante de Parati. Na volta, ficou o brilho nos olhos de quem não permaneceu sob o abrigo seguro, mas que ousou buscar o sol e o encontrou em meio às tempestades."
Centro de Informações de Itaorna
O Centro de Informações de Itaorna situa-se no quilômetro 522 da Rodovia Rio-Santos, local de onde se pode avistar todo o complexo que compõe a Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto - CNAAA. O Centro funciona de segunda a sexta, nos horários das 8h às 11h30min e das 13h45min às 16h30min; e nos sábados, domingos e feriados, das 8h30min às 15h.
Uma exposição permanente, filmes e folhetos educativos explicam como é gerada a energia elétrica a partir de reatores nucleares e os cuidados que a Eletrobras Eletronuclear tem com o meio ambiente e com as comunidades vizinhas. Por ano, mais de vinte mil visitantes de universidades, escolas e turistas conhecem este verdadeiro museu da energia nuclear no Brasil.
Fonte: www.eletronuclear.gov.br
Colaborou com a matéria André Lieutaud e Maria Verbena.
Obs.: Para facilitar a discussão sobre esse assunto, criamos um tópico no fórum para os motonliners. Clique aqui para acessar o tópico.
Fonte motonline
TRILHADOS M.C
Marcellus Luiz
Vice presidente