segunda-feira, 19 de julho de 2010

Motoqueiros não,motociclistas profissionais

Palavra do presidente

Motoqueiros não, motociclistas profissionais

Andando na linha

01/07/10 - A tão sonhada regulamentação do setor de duas rodas finalmente está acontecendo, agora é lei. Para exercer a atividade remunerada com motocicleta, isto é, fazer entregas e retiradas de pequenos produtos e objetos, é preciso ter qualificação. Aos pessimistas e “agitadores” de plantão, relembro que isso já acontece com os profissionais que efetuam transportes de cargas perigosas. Então, só posso comemorar a publicação da Resolução nº 350/10 do Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN) que, em atendimento à Lei Federal nº 12.009, regulamentou o curso especializado para exercício do serviço de mototáxi e motofrete, e que abordará assuntos relativos à ética e cidadania na atividade profissional, noções de legislação, gestão do risco sobre duas rodas e segurança e saúde. O conteúdo teórico terá carga horária de 25 horas, e a Prática de Pilotagem Profissional, a duração de 5 horas.

Além do curso, a Lei Federal define que para exercer a atividade a partir de agora é necessário que o profissional tenha completado 21 anos, possua habilitação por pelo menos dois anos na categoria “A” e utilize colete de segurança dotado de dispositivos retrorrefletivos. Outro requisito é a autorização do município e o registro da motocicleta na categoria aluguel, além, é claro, do uso obrigatório de protetor de pernas, o popular “mata cachorro”, e antena corta cerol.

É justamente como nós já vínhamos avisando: “O tempo do cachorro louco acabou”. Agora é a hora e a vez do profissional. É claro que sabemos que os motofretistas não são os que mais se envolvem em ocorrências de trânsito. Entretanto, não há como negar os sérios problemas de comportamento. É justamente aí que vejo a importância do curso de qualificação.

É claro que qualificação profissional custará investimento aos motociclistas, como acontece em qualquer profissão. Porém, acredito piamente que esse esforço, além de resultar na melhoria da qualidade de vida deles, em um futuro bem próximo, lhes renderá melhores salários.

É certo que todos ganham com a regulamentação: o motociclista, que se distancia de sua estirpe de motoqueiro e passa a conquistar novos horizontes; as empresas de entregas rápidas, que terão profissionais, de fato, mais preparados; a sociedade, que passa a contar com uma mão de obra bem mais qualificada; e o poder público municipal, que passa a ter mais elementos para decidir com segurança se regulamenta ou não a atividade remunerada com motocicleta.

Para mim, estamos falando do início de um novo ciclo para os motociclistas profissionais, como um processo contínuo para a construção da cultura de segurança em duas rodas. É por isso que sou a favor da Resolução nº 350/10 do CONTRAN, e digo isso como alguém que há 12 anos exerceu esta tão relevante atividade, e, ao me portar como um profissional, mesmo não tendo os recursos ora disponibilizados, logrei êxito e hoje tenho a satisfação de também representá-la.

Pensemos nisso!

Lucas Pimentel , 41 anos, é presidente da ABRAM - Associação Brasileira de Motociclistas, membro titular da Câmara Temática de Educação para o Trânsito e Cidadania do CONTRAN.
Tel. (11) 3338-2872 ou 2771-5590
E-mail: pimentel@abrambrasil.org.br

Fonte ABRAM

 

Marcellus Luiz

Trilhados M.C

Vice presidente

 

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