Diário de Bordo

A viagem do último fim de semana prolongado foi nota 1.000. Os Trilhados transpuseram os limites geopolíticos do Rio Grande do Norte e foram até a cidade de Quixadá, no estado do Ceará. Chegando lá os hodômetros parciais de nossas motos, tendo estes sido zerados antes da nossa saída para queimar asfalto, marcavam pouco mais de 220km. Foi uma viagem de ida de certa forma perigosa, com forte expectativa (que não se concretizou) de chuva, alguns traiçoeiros buracos e um conjunto desagradável de obstáculos como jumentos, vacas, bodes, ciclistas insanos e carroças. Os ponteiros do relógio também estavam contra nós, pois deixamos Mossoró apenas às 15 horas do sábado, e a nossa previsão de chegada em nosso destino final seria para o início da noite, e viagem noturna de moto é algo que todos nós devemos evitar.

 

A primeira parada após deixarmos a Terra de Santa Luzia foi a pequena (e distante) cidade de Morada Nova, já em solo cearense. Esta, por sua vez, durou cerca de 15 minutos. Pegamos então a estrada mais uma vez, com um pouco de pressa na bagagem, para então só descermos das motos já na cidade de Quixadá. Daí em diante a pilotagem ficou ainda mais complicada devido ao famoso “sol de frente” que nos pegou. A visibilidade ficou bastante prejudicada, mas nem por isso diminuímos a velocidade. Matemos o piso de 100km/h em uma pilotagem quase que às cegas! Um grande risco, que graças a Deus não fez nenhuma vítima.

 

Chegando em Quixadá, já no início da noite, foi necessário entrar em contato com a turma que tinha ido de carro, turma essa que passou por nós, sem nos ver, enquanto estávamos parados em Morada Nova. O problema foi que nenhum dos motociclistas sabia onde ficava o hotel que nos hospedaria... Na verdade não sabíamos nem o nome do mesmo! Contato feito, hotel identificado e localizado: Hotel Belas Artes. Seguimos para o mesmo... E encontramos aqueles que estavam fazendo essa viagem de carro.

 

A nossa estada em Quixadá foi muito agradável e a nossa agenda foi lotada. Foram poucas as horas de sono e descanso: Queríamos mesmo era passear e conhecer aquele belo lugar! Conhecemos pontos turísticos como A Casa da Pedra, o Açude do Cedro, o Santuário e a Pedra da Galinha Choca. O nosso retorno, por um caminho diferente do feito em nossa ida, foi marcado por uma breve visita à Barragem do Castanhão, tendo em um dos lados de nossa passagem por cima da parede dessa gigante construção nada mais nada menos que o maior açude do nosso país. Havia uma das comportas abertas, o que rendeu belíssimas fotos, tendo estas como pano de fundo a exuberância do escoamento de toda aquela água.

 

Tudo eram flores até chegarmos perto da divisa Ceará – Rio Grande do Norte. A conhecida estrada do melão, localizada nesse ponto de nossa viagem, possuía um trecho de aproximadamente 10 quilômetros em condições precárias, o que desafio a integridade de nossas motos. Em alguns momentos os buracos eram tantos que se tinha que escolher o menor para encará-lo. Como eu não sou muito mestre na arte de desviar buracos a suspensão de Pérola Negra pediu socorro (e a coluna da Srta Esspiã também!). Transposta essa dificuldade, passado o estresse e a raiva que eu sentia por aquele que me levou até aquela merda de estrada demos uma breve, porém confortável, parada em um posto de combustíveis na cidade de Baraúnas. De lá para Mossoró foram menos de 30km, um tiro, como disse na ocasião Eduardo Santos, um de meus companheiros de viagem.

 

Os participantes então se despediram uns dos outros nas instalações do Mossoró West Shoping. Chegamos em nossa cidade debaixo de um céu nublado pouco depois das 14 horas. Todos traziam na face o desenho do cansaço e a pintura da felicidade. Nesse gostoso momento os hodômetros parciais de nossas éguas de aço marcavam pouco mais de 615 km.

 

Tenho certeza de que esse fim de semana prolongado foi bastante prazeroso para todos aqueles que fizeram parte de mais essa viagem idealizada inicialmente por Jerfferson Nascimento e promovida pelo Trilhados Moto Clube, sob a acertada direção do nosso Presidente – Ciro Sabino. O mais interessante dela, que deve ser elogiado, foi a pontualidade da grande maioria dos participantes: Ela foi elogiável!

 

Finalizo esse diário de bordo agradecendo a Deus por ter nos levado e trazido em paz.

 

Sem mais para o momento... E, como gosta de dizer Eduardo Santos: Que venham as outras!

 

Boa semana... E fiquem com Deus!

 

Éder N. Barbosa (Trilhados Moto Clube – Mossoró/RN)

esspiao@hotmail.com